Menina de 4 anos está entre os 12 jovens mineiros com alto QI
Escrito por Nathália Araújo em 09/09/2022
Nina Christo Bianchetti, de 4 anos, está entre os mais jovens mineiros a integrar o “Mensa Internacional”, um “clube” para pessoas com alto QI. Moradora de Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte, a menina que, aos dois anos, estava completamente alfabetizada, já leu mais de 100 livros.
Segundo a tradutora e escritora Carolina Christo, desde os primeiros anos ela e o marido notavam o interesse da filha pelo conhecimento. “Por trabalhar muitos anos no mercado editorial, sempre tivemos muitos livros espalhados pela casa, principalmente infantis, e a Nina sempre se interessou por eles. Temos vídeos dela sentada no nosso colo, com 5 meses, super concentrada na história do início ao fim do livro. Acredito que o fato dela ter isso à disposição contribuiu para despertar o interesse dela”, afirmou.
Foi nesses momentos de leitura com os pais que a garotinha começou a ligar o som e a grafia de palavras menores e, com menos de três anos, ela já estava completamente alfabetizada. “Com 1 ano e 10 meses, a Nina conseguiu decodificar algumas palavras menores, como pia e tio. Acredito que, em algum momento, ela passou a criar uma conexão entre o que ela escutava e as palavras. Depois, passou a fazer rabiscos das letras nos papéis que tinha para brincar. Aos dois anos, ela já estava alfabetizada”, disse a mãe da menina.
Educação que auxilia no desenvolvimentismo
Além dos livros, a escritora conta que deixou sempre à disposição brinquedos educativos e, até os três anos, adotou a política ‘zero telas’. “Eu sou entusiasta do Método Montessori, então tenho vários quebra-cabeças de madeira e brinquedos que estimulam o raciocínio. Depois, entendemos que a superdotação é 80% relacionada à genética e 20% ao ambiente que a criança vive. Por isso, acredito que essas atividades tenham influenciado um pouco.”
Já os dispositivos eletrônicos ocupam um espaço reduzido no cotidiano de Nina, cerca de 30 minutos por dia. “Até os três anos, a minha filha não tinha acesso às telas. A partir desta idade, comecei com vídeos de leitura em inglês, já que os livros são muito caros, e plataformas com atividades de matemática. Mas, é no máximo 30 minutos por dia e eu estou sempre acompanhando”, contou Carolina.
Para a mãe, essa medida auxilia na concentração, no foco e no interesse da menina pelas coisas do mundo. “Antes da pandemia, saímos de BH para morar em um sítio em Nova Lima. Por causa disso, a Nina passa o dia todo brincando, correndo e procurando lagarta e minhoca no quintal. Ela fica querendo saber qual é o tipo de lagarta e como ocorre o processo de transformação para borboleta”, explicou.
O Brasil tem cerca de 5% da população com superdotação/altas habilidades, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Ao aplicar esse número à população escolar, teríamos cerca de 2,4 milhões de crianças com a condição. Porém, o Diagnóstico Unesco/MEC, de 2017, afirma que apenas 10.256 alunos com tais características recebendo o atendimento adequado.