Em discurso na ONU, Bolsonaro deve focar em pandemia e conflito na Ucrânia

Escrito por em 16/09/2022

O presidente Jair Bolsonaro (PL) deve abordar os desafios do mundo no cenário pós-pandemia e o conflito na Ucrânia no discurso que fará na próxima terça-feira (20), por volta das 10h (horário local), na abertura do Debate-Geral da 77ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

A fala de Bolsonaro deve durar entre 10 e 15 minutos, como é praxe nos discursos dos chefes de Estado e de Governo, de acordo com o Itamaraty.

O embaixador Paulino Franco de Carvalho Neto, secretário de Assuntos Multilaterais Políticos do Ministério das Relações Exteriores (MRE), adiantou nesta quinta-feira (15) os principais temas que poderão ser abordados no discurso de Bolsonaro.

Os assuntos são sugestões do Itamaraty, com base nos interesses diplomáticos e nas negociações brasileiras no cenário internacional. A redação final, no entanto, é feita pela presidência da República.

Além das reações internacionais ao momento pós-pandemia e ao conflito na Ucrânia, o Itamaraty sugere que Bolsonaro trate também de temas como a segurança alimentar no mundo; meio ambiente e desenvolvimento sustentável; combate ao desmatamento e às mudanças climáticas; matriz energética brasileira e uso de energias renováveis; e sobre a reforma do Conselho de Segurança da ONU.

O Itamaraty não descarta a possibilidade de Bolsonaro falar sobre as eleições brasileiras ou ter um tom mais eleitoreiro. “Ele é chefe de Estado e de Governo, e é candidato à reeleição. Ele separará as duas coisas, mas, ao mesmo tempo, ele não pode deixar de ser também um candidato à reeleição”, explicou o diplomata responsável por coordenar a participação brasileira na ONU.

“A separação é necessária, mas ela nem sempre é perfeita. O processo eleitoral faz parte da vida democrática de todos os países e o Brasil é um exemplo de uma democracia vibrante, em que as Eleições são disputadas muito seriamente, com muita competição, e isso faz parte do exercício democrático”, avaliou o embaixador Paulino Neto. “Nós aqui do Itamaraty fazemos as sugestões, compilamos ideias, que consideramos pertinentes, e cabe ao presidente da República decidir o texto que ele lerá, afinal cabe a ele decidir em última instância o texto.”

Como é de praxe, o presidente do Brasil é o primeiro chefe de Estado e de Governo a discursar na abertura da reunião. A tradição teve início durante a quarta Assembleia-Geral da ONU, ainda em 1949, e com exceção do período entre 1952 e 1954, o protocolo de abertura com discurso brasileiro vem sendo mantido até os dias atuais.


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